IDENTIDADE(S): NADA, TUDO, ALGUMA COISA
Conceção Paulo Pires do Vale
PORTA33 — 25.06.2011

O pensamento e a experiência da comunidade Manhã — 1ª parte

O pensamento e a experiência da comunidade Manhã — 2ª parte

O pensamento e a experiência da comunidade Tarde — 1ª parte

O pensamento e a experiência da comunidade Tarde — 2ª parte

ANTÓNIO GUERREIRO

O pensamento e a experiência da comunidade

O nosso tempo é marcado por uma hipertrofia das identidades e pelas reivindicações identitárias (com a sua expressão teórica nos estudos culturais) que têm no seu horizonte, mais ou menos escondido, os mitos de que os fascismos se alimentaram. O que significa falar da identidade de uma pessoa ou de um povo? Neste seminário abordar-se-á a ideia de comunidade como fonte da identidade, tomando como objecto a comunidade política, a comunidade nacional e a comunidade cultural. Autores de referência para o estudo da questão da comunidade serão os seguintes: Giorgio Agamben, Jean-Luc Nancy e Hannah Arendt.

Biografia (resumo)

António Guerreiro, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, é crítico literário no jornal "Expresso". Enquanto ensaísta, tem artigos publicados sobre literatura (sobretudo, poesia contemporânea), arte e cultura em revistas especializadas e volumes colectivos. É autor de "O Acento Agudo do Presente" [Prémio de Ensaio P.E.N. 2000, Cotovia] um livro de ensaios, e co-autor de "Enciclopédia e Hipertexto". Deu cursos e seminários nas Faculdade de Belas-Artes, no Museu de Serralves e no Fórum Dança. Walter Benjamin e Aby Warburg são os autores a que tem dedicado nos últimos anos o seu trabalho de investigação.

Com a Porta 33, em Agosto de 1997, António Guerreiro colaborou na apresentação, realizada no Museu de Arte Sacra do Funchal, do Livro Cântico dos Cânticos [com José Tolentino Mendonça, Ilda David e Alexandre Melo] e participou [com Rui Chafes e João Miguel Fernandes Jorge] na apresentação da exposição de Rui Chafes e do livro conjunto do artista e de João Miguel Fernandes Jorge, intitulado "O Lugar do Poço", editado pela Relógio D´Água, que teve lugar na Porta 33, em Julho de 1998.

"Durante milénios, o homem foi sempre o que era para Aristóteles: um animal vivo e, além disso, capaz de existência política; o homem moderno é um animal em cuja política está em questão a sua vida enquanto ser vivo."

Michel Foucault, A Vontade de Saber

"A afirmação de uma identidade foi a grande questão política dos estudantes desde os anos sessenta. Considero que, desde os anos sessenta, subjectividade, identidade, individualidade constituem um problema político maior. É perigoso, na minha opinião, considerar a identidade e a subjectividade como componentes profundas e naturais."

Michel Foucault, Dits et Écrits (entrevista)

"A tradição dos oprimidos ensina-nos que o estado de excepção é agora a regra em que vivemos. Devemos chegar a uma concepção da história à altura desta situação. Descobriremos então que a nossa tarefa consiste em instaurar um verdadeiro estado de excepção; e consolidaremos assim a nossa posição na luta contra o fascismo."

Walter Benjamin, Sobre o Conceito de História

"Conheci uma época em que a identidade nacional era o único princípio concebível das relações entre os Estados. Sabemos os desastres que daí resultaram."

Claude Lévi-Strauss, Seminário sobre a identidade

"La patria sarà quando/ tutti saremo stranieri"

Francesco Nappo (poeta italiano)
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