A(S) CULTURA(S) DA(S) ARTE
PORTA33 — 06.09.2010 — 10.09.2010
A questão acerca do que possa ser uma ‘obra de arte’ tem uma história equivalente à impossibilidade de a satisfazer. A cultura contemporânea, e em particular no ‘mundo da arte’, tem evidenciado, desde o início do século XX, uma progressiva tendência para a pulverização dos referenciais clássicos e para a proliferação de ‘escolas teóricas’ que parecem procurar ultrapassar os limites tradicionais dos modos como ela, até há pouco, predominantemente a si mesma se representa. O esclarecimento desta situação, incluindo as complexas mutações ocorridas nos últimos 60 anos, não se consegue sem o recuo até ao momento e contexto da inicial exposição do tema como um problema. Para isso, é essencial percorrer o tempo das primitivas intervenções plásticas e dos discursos que as comentaram.
Através de uma prévia introdução sobre a natureza dos sistemas de cultura e suas respectivas formas de consciência, tentar-se-á desenhar o momento fundador da cultura crítica e articular o conjunto de princípios que permitem entendê-la como um programa de vida e de humanidade. A maior atenção será dada ao período clássico grego, com ênfase no séc. V. O conhecimento das circunstâncias culturais específicas e o questionamento das noções inaugurais, com Platão em evidência nuclear, permitem traçar os principais eixos de um debate capaz de suscitar e sustentar um conceito de arte pertinente e eticamente fundamentado.
Manuel Rodrigues: biografia (resumo)
Manuel Rodrigues (Lisboa, 1959), Mestrado em Filosofia pela Faculdade de
Letras da Universidade Clássica de Lisboa, é formador de professores nas áreas de Filosofia e Didáctica da
Filosofia. Desde 1993 é regente de Estética, com o curso anual Imagem e Semelhança, no Ar.Co.
(Centro de Arte e Comunicação Visual).