NUNO HENRIQUE
“O velho Dragoeiro que existia na Ponta do Garajau caiu ao mar durante uma chuvada intensa de sudeste, ocorrida no equinócio de Outono de 1982.”
PORTA33 — 04.09.2010 — 30.10.2010

O trabalho que tenho vindo a desenvolver tem por base o calco, uma técnica utilizada em Arqueologia. Difundida principalmente no séc. XIX e aperfeiçoada pelo pintor orientalista Lottin de Laval nas suas expedições arqueológicas, esta técnica permitiu, através da moldagem em gesso a partir das simples folhas de papel, realizar uma reconstituição dos monumentos — evitando, assim, as práticas arqueológicas vigentes que passavam pela recolha de fragmentos resultantes da destruição dos achados.

Um calco é uma cópia dos relevos de uma inscrição lapidar obtida por pressão sobre um papel humedecido colocado sobre o objecto a reconstituir. O meu trabalho passa por explorar as potencialidades plásticas desta técnica para a construção de uma arqueologia ficcionada que se traduz na criação de ‘monumentos’.

A exposição na Porta 33 tem como ponto de partida a seguinte narrativa: “O velho Dragoeiro que existia na Ponta do Garajau caiu ao mar durante uma chuvada intensa de sudeste, ocorrida no equinócio de Outono de 1982.” A partir desta frase, criei no espaço da Porta 33, no mês que precedeu a data da inauguração da exposição, um ‘monumento’ que será apresentado com um conjunto de trabalhos inéditos, calcos, desenhos e ‘livros de artista’.

O título da exposição de Nuno Henrique é retirado do livro “Conheça o Parque Natural da Madeira”, Funchal, 1992, Henrique Costa Neves e Ana Virgínia Valente.

Nuno Henrique

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