CAMINHO
Rui Horta Pereira


Por uma razão insondável que não me ocorre ou sequer descortino, fui uma noite entre afazeres desenhados interpelado pela seguinte questão: Existem comboios nas ilhas? Foi assim de uma forma desconcertante que “cheguei” ao Caminho (de ferro) do Monte.
Mal conheço o território e as suas espeficidades e não tendo a resposta ou as respostas obedecido à obsessão imediata de as obter, fiquei com a ideia do caminho para a minha deriva, para de alguma forma nortear um projeto que implicasse um jogo metafórico, que extrai-se experiências gráficas de um passeio repetido umas quantas vezes, que obtivesse os resultados e os frutos da exaustão da subida e do cansaço da descida, que definisse momentos e ritmos de apreensão sensorial de contemplação e reflexão. Uma proposta que é determinada improvisada e consolidada no local. Se tudo correr bem, no sábado (ou todos os dias) desenharemos esse caminho. Se tudo correr bem redesenharemos esse caminho, no caminho…

Algumas Ideias chave :
A irreversibilidade do desenho;
A repetição e o automatismo do acto gráfico;
O distúrbio da exaustão ou um recentramento dos sentidos;

Algumas invocações e passagens: Henry David Thoreau; Erling Kagge; Carlos Drummond; António Damásio; Joseph Conrad; Jean Giono

Procedimento:
Durante a semana de residência perfazer diariamente o mesmo caminho (do monte) definindo diversos registos e premissas que serão apresentadas no final da semana, constituindo pretextos para exercícios a executar com os participantes;
A sessão pressupõe uma parte inicial expositiva curta do trabalho geral e da semana em particular e, uma parte pratica com materiais simples ( se possível a ação decorrerá no exterior - caminho).

Rui Horta Pereira, 2018

Rui Horta Pereira (Évora-1975)
Tem dedicado uma parte substancial da sua investigação artística e criativa ao desenho, o desenho é em grande medida o elemento mais constante. Essa permanência do desenho tem um âmbito alargado seja nos aspetos formais, seja nas formulações teóricas que propõe. Procura problematizar, do mesmo modo que procura resolver. É, digamos assim, a sustância dinâmica que convoca permanentemente outras disciplinas como a escultura a animação ou a fotografia, se aproxima de preocupações e causas ambientais e sociais, ou se traduz numa partilha de saber, em oficinas, ateliês, visitas. A produção artística deve ser uma aferição e uma afirmação da diversidade e multiplicidade do mundo, o meu trabalho é constituído por um conjunto de hipóteses que procuram confirmar e enquadrar essa convicção.
É formado em Escultura pela FBAUL/Lisboa, tem realizado mostras individuais com regularidade e participado em mostras colectivas. Nos últimos anos obteve igualmente apoios à criação de algumas entidades, de entre as quais se destacam a F. C. Gulbenkian e a DGArtes.
Das suas exposições individuais destacam-se: Solaris, Casa das Artes Tavira, 2018; Eco, Fundação Bienal Cerveira (Projecto novos Artistas), 2018; Mergulho, Galeria das Salgadeiras, Lisboa, 2018; Opaco, Biblioteca FCT NOVA 2018; Sono, CIAJG Guimarães 2018, Cenário, Escultura Pública realizada no âmbito do festival Artes à Rua com a associação Pó-de-Vir-a-Ser, Évora 2017; Horas Vagas, CaC em Ponte de Sor 2017 Hífen-Modo Composto, CaC em Ponte de Sor 2016; É, Fundação Carmona e Costa, curadoria de Nuno Faria, Lisboa 2016; Erosão, Convento Cristo, Tomar 2015; Turvo, Galeria 3+1, Lisboa 2014; Around, Galeria Quadrum, Lisboa 2013; Remanescente, Galeria 3+1, Lisboa 2011; O Frágil culto do desenho, Torres Vedras 2011; Tudo aquilo que cair da mesa para o chão, Quase Galeria, Porto 2010; Linda Fantasia, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa 2010;
Colaborações colectivas: Apresentação do livro de Artista Lepisma Saccharina , Drawing room Lisboa e participação em Papeleo cuadernos drawing room, nº2 portefólio português org. de Maria do Mar Fazenda, 2018; A Evolução do Braço, Curadoria Nuno Faria, Museu Municipal de Faro, 2018; Processos em trânsito/ Livros de Artista, Curadoria Sobral Centeno, CM Matosinhos, 2018; Portugal em Flagrante, Operação 1, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 2016; Os Índios da meia Praia, Curadoria de Abdul Varetti, Mediação de Nuno Faria, Galeria 111, Lisboa 2016.
Colecções particulares e públicas, Fundação Carmona e Costa, Colecção Arte Contemporânea Tróia Design Hotel, Colecção Regina Pinho Brasil, Colección Art Fairs SL, Espanha. Colecção Biblioteca de Arte FCG.

SÁBADO 26 de JANEIRO de 2019

CAMINHO
workshop de desenho por
Rui Horta Pereira 

15h — 19h

LOTAÇÃO MÁXIMA: 20 participantes por sessão.
Gratuito mediante inscrição, na PORTA33,
de terça a sábado das 16h às 20h | por telefone 291 743 038 / 91 616 57 20 | por email:porta33@porta33.com
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