SOFIA NEUPARTH
Demora com o invisível

Atelier movimento e percepção

PORTA33 — 25 | 26 | 27 | 28 MAIO 2022


A partir da escuta do movimento, este atelier dedica-se ao nascer do gesto no silêncio do corpo, nos fluxos que vão gerando formas, nas dinâmicas de um corpo comum. Este último, experienciando a dança que surge no entre-corpos, ou a fisicalidade do corpo-um e do corpo-multidão.

HORÁRIO
25 — 26 — 27 Maio — 18H às 19H30
28 MAIO — 17H às 18H30

Preço por sessão: 3 € (três euros)
* Gratuito para inscritos no atelier Gatafunhos

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES
porta33@porta33.com

DESTINATÁRIOS: A partir dos 10 anos
É um tempo de estar com o sentir, com essa bolsa misteriosa que se expande antes de dizermos que sabemos o que as coisas são, um baloiço de estar com a magia do sonho, com a liberdade de não saber, com a ondulação entre aquilo que vamos sendo e aquilo que o mundo vai sendo.
Debaixo da terra falam as raízes das árvores, os micro organismos, as águas...quando a pele do pé toca a pele da terra a conversa acontece em vibrações, em sonhos, num contínuo encontro que vai desenhando a nossa experiência de existir.
Por entre as luzes e as sombras aparecem as cores, as nuvens no céu falam formas-fumo que percorrem o azul e que continuamente se reconfiguram trazendo ao aparecer coisas diversas, umas parecidas com outras que já vi, outras que tocam o mistério de ver de outras maneiras...ver-tocando, ver- inventando.
A música que habita o ar, um canto da casa, uma paisagem na rua, uma folha acolhendo um pássaro...a música nascente como a voz nascente...mais silenciosa ou mais audível...
Ser pedra, ser planta, ser bicho, ser “ser”.

MATERIAL NECESSÁRIO:
Trazer o corpo que vamos sendo... o sonho, a imaginação, o coração, as mãos, os pés...
Trazer talvez aquele caderno e caneta que costumam acolher pensamentos e desejos
Talvez trazer aquela pedra, aquele objecto, aquela coisa, que gosta de passear nos bolsos onde quer que vá passeando
Trazer com certeza a alegria de estarmos juntos!

Sofia Neuparth tem um percurso singular no seio da Arte Contemporânea em Portugal. No final dos anos 80 deu forma a um espaço de investigação artística que sustenta as práticas nos estudos do Corpo, do Movimento e do Comum: o c.e.m-centro em movimento(http://c-e-m.org/) É o entendimento que tem do Corpo como acontecimento em relação que determina todo a sua acção, quer a nível do trabalho de formação que desenvolve desde o início de 80, à programação da estrutura profissional que co-criou e dirige onde pode destacar os programas intensivos de investigação artística que integram profissionais e estudantes internacionalmente ou o Festival anual Pedras- práticas com pessoas e lugares na cidade de Lisboa, quer no que diz respeito à intervenção politica que realiza ou às criações que apresenta. O seu percurso tem sido acompanhado por artistas e teóricos como Margarida Agostinho, Maria Filomena Molder, Peter Michael Dietz, Steve Paxton, Bragança de Miranda, Christine Greiner ou Helena Katz que muito têm contribuído para a divulgação e inscrição dessa singularidade e da sua pertinência na contemporaneidade. Tem participado em várias conversas e conferências mantendo acesa a reflexão continuada a que se dedica exercitando como viver juntos e como a Arte se tece enquanto forma de Conhecimento. Abrindo a experiência da dança ao encontro com outras formas de conhecimento como a embriologia, a filosofia, a geografia crítica ou a antropologia emergiram criações como “mmm-um poema físico” (2005), “práticas para ver o invisível e guardar segredo”(2010), “ 1 ou 2 contentamentos comedidos”(2011), “pátio-ajuntamento performativo do cem” (performance anual com circulação internacional desde 2012) ou “Sopro” solo estreado em julho de 2017 e ainda em actividade, com a presença atmosférica de Margarida Agostinho e música de Bruno de Azevedo.
Tem colaborado em diversas publicações como todas as publicações do Pedras desde 2012 (escritos com pessoas e lugares) ou, por exemplo, "Arte Agora"- 2011, co-organizado com Christine Greiner, "Cidade Desassossegada"- 2015, co- organizado com o Monde Diplomatique e Ana Estevens ou Criar Corpo-Criar Cidade co-organizado com Ana Estevens (https://criarcorpocriarcidade.com/). Para além disso e exercitando escritas em estado de dança escreveu em 2010 “práticas para ver o invisível e guardar segredo” em 2014 “movimento” e em 2020 “Criação-escritos em confinamento” (co-escrito com Margarida Agostinho)

COALESCER, no espaço do corpo em pensamento é um seminário contínuo promovido pela Porta33 com curadoria de Ana Mira que nasce do encontro entre a dança, o desenho e a filosofia. Uma narrativa erigida a partir do afeto, do sentir, do invisível, do pensamento filosófico e da palavra. Coalescer é um corpo inteiro em escuta. É esta a experiência que a investigadora, docente e performer Ana Mira, mãe do projeto, tem vindo a fazer entrar pela Porta 33, em diversos momentos. Com a colaboração de artistas e investigadores, têm vindo a ser convocadas uma série de áreas para as fazer caminhar lado a lado, potenciando-as mutuamente. Foi assim com Ana Mira (Fevereiro de 2020), Clara Bevilaqua e Mariana Lemos (Novembro de 2020), Joana Pupo (Maio 2021), Dora Vicente (Outubro de 2021, na Escola do Porto Santo) e Rita Pedro (Janeiro 2022). Ainda em 2021, em Fevereiro e Março, no pico da pandemia, realizaram-se 8 sessões online com a colaboração de Ana Mira, Luísa Spínola e Sofia Neuparth.

COALESCER está pensado para um público abrangente de faixa etária compreendida entre os 4 e os 90 anos de idade. A natureza do projecto dá predominância à investigação artística e filosófica desenvolvida através da voz de cada um dos participantes, num regime de partilha do sensível entre a vida e a arte; pois pretende-se que as séries de práticas e teorias, em coalescência, incitem à experiência vivida, ao conhecimento e revelação de si.