Concepção: Ana Mira
PORTA33 — Fevereiro 2020 — Fevereiro 2023
SOFIA NEUPARTH
Demora com o invisível
Atelier movimento e percepção
PORTA33 — 25 | 26 | 27 | 28 MAIO 2022
A partir da escuta do movimento, este atelier dedica-se ao nascer do gesto no
silêncio do corpo, nos fluxos que vão gerando formas, nas dinâmicas de um corpo
comum. Este último, experienciando a dança que surge no entre-corpos, ou a
fisicalidade do corpo-um e do corpo-multidão.
HORÁRIO
25 — 26 — 27 Maio — 18H às 19H30
28 MAIO — 17H às 18H30
Preço por sessão: 3 € (três euros)
* Gratuito para inscritos no atelier Gatafunhos
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES
porta33@porta33.com
DESTINATÁRIOS: A partir dos 10 anos
É um tempo de estar com o sentir, com essa bolsa misteriosa que se expande
antes de dizermos que sabemos o que as coisas são, um baloiço de estar com a
magia do sonho, com a liberdade de não saber, com a ondulação entre aquilo que
vamos sendo e aquilo que o mundo vai sendo.
Debaixo da terra falam as raízes das árvores, os micro organismos, as
águas...quando a pele do pé toca a pele da terra a conversa acontece em
vibrações, em sonhos, num contínuo encontro que vai desenhando a nossa
experiência de existir.
Por entre as luzes e as sombras aparecem as cores, as nuvens no céu falam
formas-fumo que percorrem o azul e que continuamente se reconfiguram
trazendo ao aparecer coisas diversas, umas parecidas com outras que já vi,
outras que tocam o mistério de ver de outras maneiras...ver-tocando, ver-
inventando.
A música que habita o ar, um canto da casa, uma paisagem na rua, uma folha
acolhendo um pássaro...a música nascente como a voz nascente...mais silenciosa
ou mais audível...
Ser pedra, ser planta, ser bicho, ser “ser”.
MATERIAL NECESSÁRIO:
Trazer o corpo que vamos sendo... o sonho, a imaginação, o coração, as mãos, os
pés...
Trazer talvez aquele caderno e caneta que costumam acolher pensamentos e
desejos
Talvez trazer aquela pedra, aquele objecto, aquela coisa, que gosta de passear
nos bolsos onde quer que vá passeando
Trazer com certeza a alegria de estarmos juntos!
Sofia Neuparth tem um percurso singular no seio da Arte Contemporânea em
Portugal. No final dos anos 80 deu forma a um espaço de investigação artística
que sustenta as práticas nos estudos do Corpo, do Movimento e do Comum: o
c.e.m-centro em movimento(http://c-e-m.org/) É o entendimento que tem do
Corpo como acontecimento em relação que determina todo a sua acção, quer a
nível do trabalho de formação que desenvolve desde o início de 80, à
programação da estrutura profissional que co-criou e dirige onde pode destacar
os programas intensivos de investigação artística que integram profissionais e
estudantes internacionalmente ou o Festival anual Pedras- práticas com pessoas
e lugares na cidade de Lisboa, quer no que diz respeito à intervenção politica que
realiza ou às criações que apresenta. O seu percurso tem sido acompanhado por
artistas e teóricos como Margarida Agostinho, Maria Filomena Molder, Peter
Michael Dietz, Steve Paxton, Bragança de Miranda, Christine Greiner ou Helena
Katz que muito têm contribuído para a divulgação e inscrição dessa
singularidade e da sua pertinência na contemporaneidade. Tem participado em
várias conversas e conferências mantendo acesa a reflexão continuada a que se
dedica exercitando como viver juntos e como a Arte se tece enquanto forma de
Conhecimento. Abrindo a experiência da dança ao encontro com outras formas
de conhecimento como a embriologia, a filosofia, a geografia crítica ou a antropologia emergiram criações
como “mmm-um poema físico” (2005),
“práticas para ver o invisível e guardar segredo”(2010), “ 1 ou 2 contentamentos
comedidos”(2011), “pátio-ajuntamento performativo do cem” (performance
anual com circulação internacional desde 2012) ou “Sopro” solo estreado em
julho de 2017 e ainda em actividade, com a presença atmosférica de Margarida
Agostinho e música de Bruno de Azevedo.
Tem colaborado em diversas publicações como todas as publicações do Pedras
desde 2012 (escritos com pessoas e lugares) ou, por exemplo, "Arte Agora"-
2011, co-organizado com Christine Greiner, "Cidade Desassossegada"- 2015, co-
organizado com o Monde Diplomatique e Ana Estevens ou Criar Corpo-Criar
Cidade co-organizado com Ana Estevens (https://criarcorpocriarcidade.com/).
Para além disso e exercitando escritas em estado de dança escreveu em 2010
“práticas para ver o invisível e guardar segredo” em 2014 “movimento” e em
2020 “Criação-escritos em confinamento” (co-escrito com Margarida Agostinho)
COALESCER, no espaço do corpo em pensamento é um seminário contínuo promovido
pela Porta33 com
curadoria de Ana Mira que nasce do encontro entre a dança, o desenho e a filosofia. Uma
narrativa erigida a partir do afeto, do sentir, do invisível, do pensamento filosófico e da
palavra. Coalescer é um corpo inteiro em escuta. É esta a experiência que a investigadora,
docente e performer Ana Mira, mãe do projeto, tem vindo a fazer entrar pela Porta 33, em
diversos momentos. Com a colaboração de artistas e investigadores, têm vindo a ser convocadas
uma série de áreas para as fazer caminhar lado a lado, potenciando-as mutuamente. Foi assim com Ana Mira
(Fevereiro de 2020), Clara Bevilaqua e Mariana Lemos (Novembro de 2020), Joana Pupo (Maio 2021), Dora
Vicente (Outubro de 2021, na Escola do Porto Santo) e Rita Pedro (Janeiro 2022). Ainda em 2021, em Fevereiro
e Março, no pico da pandemia, realizaram-se 8 sessões online com a colaboração de Ana Mira, Luísa Spínola e
Sofia Neuparth.
COALESCER está pensado para um público abrangente de faixa etária compreendida
entre os 4 e os
90 anos de idade. A natureza do projecto dá predominância à investigação artística e filosófica
desenvolvida através da voz de cada um dos participantes, num regime de partilha do sensível
entre a vida e a arte; pois pretende-se que as séries de práticas e teorias, em coalescência,
incitem à experiência vivida, ao conhecimento e revelação de si.