MAPEAMENTOS NA ILHA DO PORTO SANTO
Residências para experienciar o lugar
conhecer a comunidade e o seu território
ESCOLA DO PORTO SANTO — 19-22 Setembro 2022

MOMENTO I

19-20-21-22 Setembro 2022
Ana Mira, Dora Vicente, Joana Braga e Ricardo Seiça Salgado

A equipe artística é constituída por quatro pessoas que trabalham na área da investigação, pedagogia e criação artística (filosofia, antropologia, arquitectura, psicopedagogia perceptiva, artes visuais, dança e teatro) e que pretendem desenvolver em conjunto uma série de oficinas para pensar como possamos começar a habitar e trabalhar na ilha do Porto Santo a partir da Antiga Escola da Vila.
Valorizando o espaço do corpo e a dimensão espacial dos lugares, esta equipe propõe a construção de mapeamentos afetivos e simbólicos através de metodologias situadas das artes performativas e das ciências sociais e humanas: antropologia e teatro (Ricardo Seiça Salgado), arquitetura, estética e performance (Joana Braga), dança e filosofia (Ana Mira), artes visuais, dança e psicopedagogia percetiva (Dora Vicente).

Calendarização e Públicos:
O projecto a implementar a partir de Fevereiro de 2023 intitulado Mapeamentos para a ilha se reimaginar terá a duração de 4 anos terminando em 2026. Destina-se às comunidades, das seguintes instituições:

* Universidade Sénior

* Centro de Dia da Fundação Nossa Senhora da Piedade

* Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI)

* Centro de Recursos Educativos Especializados (CREE)

* Famílias do CREE e do CACI



Objetivo:
O objetivo desta primeira residência da equipe artística (19 - 22 Setembro 2022) é o de conhecer a escola, a ilha e a comunidade. Para conhecer os quatro grupos da comunidade (Universidade Sénior, Centro de Dia da Fundação Nossa Senhora da Piedade, CACI – Centro de Actividade e Capacitação para a Inclusão e CREE – Centro de Recursos Educativos Especializados), com as quais o projecto será trabalhado, propôs-se a realização de uma reunião com os responsáveis e as pessoas da instituição conhecedores da sua realidade. Faremos em cada uma das quatro instituições uma entrevista-mapa para começar desde logo a levantar um conjunto de características de cada instituição (desde o que gostam de lá fazer ao que para eles falta fazer). Pretendemos, assim, procurar caminhos e elementos para imaginar como se pode habitar a Escola de Porto Santo e trabalhar na Ilha a partir da realidade de cada instituição, em relação com as oficinas que iremos aí posteriormente fazer. Conhecer a ilha compreende também um período de auscultação, de escuta do lugar, das pessoas da ilha, dos grupos e as que coordenam as instituições com quem vamos trabalhar, conhecer as várias escolas e o seu ambiente, perceber como se distribuem na ilha, visitar a biblioteca, etc… de forma a perceber como ajustamos o projecto que delineámos à concretude da ilha e dos seus habitantes. Partindo de uma articulação entre diferentes abordagens práticas e teóricas procurar-se-á construir com a comunidade um conjunto de interpretações dos lugares e do modo como as pessoas se relacionam com eles para compreender geografias sociais e históricas e topografias sensíveis e imaginárias. Fazendo da Escola de Porto Santo casa e ponto de encontro de Mapeamentos para a ilha se reimaginar, desenvolver-se-á, ao longo do quadriénio 2023-2026, uma série de oficinas com a comunidade em torno da relação com esta antiga escola e com os lugares da ilha enquanto acontecimento.

Equipe Artística
Biografias

Ana Mira
É professora de movimento na Escola Superior de Teatro e Cinema - Instituto Politécnico de Lisboa e de estética no Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual. Estudou práticas somáticas e dança contemporânea no c.e.m. - centro em movimento, Fórum Dança e outros centros independentes na Europa e Estados Unidos. Completou o seu doutoramento em Filosofia /Estética, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade NOVA de Lisboa (2014) sob orientação do filósofo José Gil, como investigadora visitante no Center for Research in Modern European Philosophy - Kingston University e bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Foi investigadora visitante no departamento de Performance Studies da Tisch School of the Arts - New York University, Movement Research e Lincoln Center for the Performing Arts, em Nova Iorque, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (2007). Desenvolveu o Program of study and research: dance, sob orientação de Pauline de Groot e Russell Dumas, como bolseira do Departamento de Relações Culturais e Internacionais /Ministério da Cultura (2002). Colabora com o grupo de investigação Arte, Crítica e Experiência Estética do Culturelab no Instituto de Filosofia da Nova (FCSH-UNL). Como membro da associação cultural baldio | Estudos de Performance desenvolveu o projecto “Tomar posição, o político e o lugar: Curso experimental em estudos de performance” (2016). Fez a curadoria e desenvolveu actividades de investigação-criação do projecto “Coalescer, no espaço do corpo em pensamento: Seminário contínuo e colectivo de desenho, dança e filosofia” (2020-2022) com a PORTA33. Na performance de dança, destaca a sua colaboração com os coreógrafos Pauline de Groot, Russell Dumas e Rosemary Butcher e a sua adaptação do solo “At Once” (SPCP/2009), de Deborah Hay. Tem participado em conferências e publicado os seus ensaios de dança e filosofia internacionalmente.

Dora Vicente
(Lisboa,1976). Estudou ballet da Royal Academy of Dance na Escola Norma Croner, fez formação no C.E.M. com diversos professores e o Curso de Dança na Comunidade no Fórum Dança. Licenciou-se em Pintura na FBAUL, completou a Pós-Graduação em Psicopedagogia Perceptiva (Método Danis Bois) e o curso intensivo “Touching Life Within”, leccionado por Danis Bois no Omega Institute, Rhinebeck, Nova Iorque, em 2006, sendo terapeuta e formadora do Método. Tem vindo a desenvolver trabalho criativo com diversas faixas etárias, tanto no contexto escolar, como em museus ou em projectos de intervenção artística e social, onde se incluem as crianças com necessidades especiais.
Em Groninga frequentou as aulas de pesquisa do movimento no Random Collision e criou uma peça com Jaap Kamstra. Em Amesterdão frequentou workshops com as equipas de trabalho de Jan Fabre e Emio Greco, na Henny Jurriens Foundation, trabalhou no Studio Anna Mora e dançou com Kenzo Kusuda.

Joana Braga
Arquiteta, investigadora e artista intermedial. O seu trabalho artístico articula práticas espaciais, discursivas, visuais e performativas para explorar a experiência estética do espaço e também as suas dimensões culturais, políticas e sociais. Tem experimentado formatos de pesquisa que articulam a experiência corporizada do território, com a montagem e reconfiguração de vestígios nele inscritos, para questionar o espaço social, bem como os discursos, objetos e práticas que o desdobram. A sua atividade tem sido multifacetada, compreendendo a prática artística, a investigação, a curadoria, a escrita e práticas pedagógicas. Da sua prática artística recente destaca os percursos performativos A Cada Passo, uma Constelação (Outubro 2019, reposição 25-26 Setembro 2021), Partituras para Ir (Lisboa, Junho 2019), co-produção do Teatro do Bairro Alto; Cartografia em Movimento e Pantera Cor-de-Rosa, casa-cidade para lá da utopia e da distopia (Lisboa, 2017), co-produção do Teatro Maria Matos; e a curta-metragem Mapa Imaginário (2017), em colaboração com Tânia Moreira David. Recentemente apresentou a exposição colectiva Matéria para Escavação Futura (Trienal de Lisboa, Abril-Maio 2021), co-curadoria com Ana Jara. Joana é membro do colectivo artístico baldio | Estudos de Performance que, desde 2013, tem vindo a criar e alimentar espaços críticos comuns para a investigação académica e artística. Investigadora no DINAMIA’CET (ISCTE-IUL). Mestranda em Estética e Estudos Artísticos (Nova FCSH.) Pós-graduada em Arquitectura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos (ISCTE-IUL) e em Arquitectura Bioclimática e Restauro Ambiental (FA-UL). Licenciada em Arquitectura (FA-UL).

Ricardo Seiça Salgado
Investigador integrado e contratado no CRIA-UC (Centro em Rede de Investigação em Antropologia – Universidade de Coimbra), explora a contaminação entre a etnografia e as metodologias teatrais numa perspetiva de ensaiar ferramentas a colocar ao serviço de investigações-ação por via do que chama de etnoteatro. A sua área de intervenção é a antropologia, a política, as artes performativas e a educação, explorando o domínio da metodologia, do jogo e da resistência. Doutorado em Antropologia no IUL-ISCTE, faz uso das lentes dos estudos de performance. Recentemente começou a lecionar na licenciatura em antropologia e mestrado de estudos artísticos na Universidade de Coimbra.
É autor de vários textos para conferências, revistas especializadas, capítulos em livros, exposições, edições fotográficas, performances teatrais e participou na curadoria de vários eventos científicos e artísticos. Tem várias participações em conferências científicas, não descurando os contributos em eventos de divulgação científica/artística. Recentemente, coorganizou o curso experimental de estudos de performance, “Tomar Posição, o Político e o Lugar”, no baldio | estudos de performance.
Desde 1999, fundador do projecto BUH!, dirigiu e foi ator e performer em várias produções teatrais e performances. Como diretor artístico, investigador-coordenador e performer, desde 1995, fez várias oficinas e trabalha com vários encenadores e artistas de diversas áreas, enveredando recentemente pela realização de performances interdisciplinares, produzidas no seio do projecto BUH!

* UNIVERSIDADE SÉNIOR * FAMILIAS DO CREE E DO CACI * CENTRO DE RECURSOS EDUCATIVOS ESPECIALIZADOS (CREE) * CENTRO DE ATIVIDADES E CAPACITAÇÃO PARA A INCLUSÃO (CACI) * CENTRO DE DIA DA FUNDAÇÃO NOSSA SENHORA DA PIEDADE * UNIVERSIDADE SÉNIOR

ANTROPOLOGIA E TEATRO * ARQUITECTURA * ESTÉTICA E PERFORMANCE * DANÇA E FILOSOFIA * ARTES VISUAIS * DANÇA E PSICOPEDAGOGIA PERCEPTIVA